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sábado, 25 de setembro de 2010

ESCRAVOS NO SEGUNDO REINADO ( 1840 - 1889 )


O século XIX ficou marcado por mudanças no setor econômico, principalmente na Europa com intensa atividade industrial atendendo mercados como o Brasil, que encontrou uma nova e rica fonte de riqueza na agricultura. O Café! A indústria cafeeira ainda engatinhava, além de outras fontes econômicas como a cana que ficou em segundo plano desde a formação das capitanias, o tabaco e o algodão da Província do Maranhão, que perdia mercados por causa do “Cotton Belt” ( Cinturão de Algodão ) dos EUA, o maior produtor do mundo.

Toda a atividade econômica funcionou com os escravos aqui no Brasil, mesmo depois do fim do tráfico negreiro, a Lei Bill Aberdeen (1850) que favorecia os ingleses no quesito mercado consumidor no continente africano. Com isso, chega ao fim o ciclo de entrada de escravos no Império, que, segundo Celso Furtado, entraram cerca de 4 milhões de escravos Bantos e Sudaneses entre 1550 – 1850.

Mesmo apresentando diferentes grupos étnicos e dialetos, dois grupos bem definidos tomavam conta do cenário escravocrata: os Ladinos e os Boçais. Os escravos Ladinos eram geralmente urbanos, alguns Malês conheciam a matemática, tinham uma formação cultural mais apurada e um certo preconceito com os Boçais que viviam no campo. O historiador Ciro Flamarion Cardoso relata uma breve pesquisa feita por ele, que um certo escravo na fazenda Jaguaribe, em Pernambuco, tinha renda e comprou a carta de alforria para ele, esposa e filhos. Depois de ter conquistado a liberdade, comprou dois escravos.

A escravidão não era novidade entre os negros na África, algumas tribos subjugavam grupos rivais com escravidão. Durante o Segundo Reinado, abolicionistas conquistaram algumas leis extremamente frágeis como as Leis dos Sexagenários (1885), do Ventre – Livre (1871), com o apoio de intelectuais abolicionistas como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e do poeta Castro Alves. A Lei Áurea ( 1888 ) gerou um caos social, principalmente na República que absorveu milhares de escravos que viviam na ociosidade, sem perspectiva de vida e uma elite tentando branquear o Brasil com imigrantes europeus, formando um inchaço público no país. Mesmo com o fim da escravidão, muitos negros foram marginalizados na República Velha ( 1889 – 1930 ) colocados em verdadeiros depósitos de gente, nos cortiços. Mesmo assim, os negros deixaram um legado cultural significativo desde a gastronomia até no sincretismo religioso. Uma das marcas da cultura plural no Brasil.





2 comentários:

  1. Isso me ajudou muito no meu trabalho de história ...Não só me ajudou, também eu pude entender um pouco mais sobre o assunto ..
    Parabéns pelo blog
    Ástheley Alves

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