
Com
uma didática exemplar, o historiador dividiu a nossa história contemporânea em
“Eras”, um estruturalismo peculiar e fundamental para aqueles que viam a
ascensão de Estados de uma forma imperial e o neocolonialismo darwinista com a
obra “A Era dos Impérios”, colocando de uma forma clássica o materialismo
histórico que encantaria e seria lido com gosto pelo próprio Karl Marx e
Antonio Gramsci. “A Era do Capital” tem uma linha de um típico historiador
estudioso do sistema econômico e marxista, fomentando a problemática social e a
metafísica das quinquilharias da classe burguesa nos anos dos oitocentos. No
início do século XXI, mesmo com a idade avançada, Hobsbawn continuava com as
suas atividades intelectuais e escrevia sobre tudo, principalmente sobre a
Globalização pós – Guerra Fria, dividindo este importante tema com o outro
grandioso intelectual Noam Chonsky. Dentre tantas obras que eu li e algumas que
já citei aqui, não poderiam ficar de fora as obras “Sobre História” e “O
Bicentenário da Revolução Francesa”. A primeira, ele faz uma verdadeira
apologia da atividade intelectual histórica, causas e consequências com
seminários e palestras que ele realizou nas principais universidades do planeta
e a segunda ele faz uma bela referência, com semelhanças e diferenças da
Revolução Francesa ( 1789 ) com a Revolução Russa ( 1917 ). Este historiador,
nascido em Alexandria, Egito, criado em Viena, Áustria e educado em Londres,
Inglaterra, não poderia deixar de ter uma visão global, formação cosmopolita e
voltada para o seu tempo. Na minha
humilde opinião, os principais intelectuais do nosso tempo são Jacques Le Goff,
Umberto Eco, Carlo Ginzburg e Eric Hobsbawn. Com a morte de Hobsbawn, tivemos o
fim de uma era, mas a sua produção histórica é um verdadeiro testamento para os
atuais e futuros estudiosos do complexo sistema humano e suas variantes. O seu
legado é verdadeiramente eterno e será por muito tempo contemporânea.
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