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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

DIALÉTICA NA MODERNIDADE


Segundo filósofos, historiadores e antropólogos da pós - modernidade, o tempo da modernidade foi construído e consolidado com uma dialética razão e loucura, tendo como primeiro ícone moderno no campo da metafísica, René Descartes na Idade Moderna, estendendo – se até o término da Guerra Fria ( 1945 – 1991 ). O livro do historiador anglo – egípcio Eric Hobsbawn “Era dos Extremos” enaltece a luta de forças opostas, ou seja, tecnologia sendo utilizada pelos grupos dominadores, taxadas por eles mesmos como “civilizados” para a consolidação desses grupos através do barbarismo, com forte apelo ideológico.

A tentativa de “civilizar” regiões que sustentavam uma cultura própria foi fundamental para o nascimento do fundamentalismo no Oriente Médio, o que exigiu do intelectual Edward Said ( foto ) a publicação do clássico “Orientalismo”. Este livro costura a relação entre árabes e euro – americanos, não só no campo da geopolítica, entrando também no campo das mentalidades e do aspecto cultural.

Na década passada pude ler a obra “Desconstrução e ética” do filósofo Jacques Derrida, uma obra que desconstrói conceitos e estereótipos nada modernos e sim arcaicos sobre o mundo e sobre nós mesmos no âmbito cultural – científico. A modernidade representa uma profunda crise de identidade, o existencialismo do filósofo Jean – Paul Sartre ganhou mentes de intelectuais burgueses e comunistas, de uma forma única na era da biopolítica .

Atualmente, assistimos a multiplicação do fundamentalismo e da barbárie nas religiões, na política, na economia, enfim, uma crise existencial enraizada desde a década de 50, presente no nosso cotidiano, mas poucos conseguem relatar com propriedade e sensibilidade a crise entre grupos étnicos, bem escrito, como o escritor argelino Albert Camus, com a obra “Estrangeiro”, uma ótica sobre um africano em terras francesas e subjugado no ápice do neocolonialismo. O século que passou deixou marcas ideológicas, existentes em países que acreditam na eterna Guerra Fria, além é claro, das cicatrizes do pós – guerra e pós – colonialismo, acirrando um velho problema entre o Oriente e o Ocidente, alimentando um dialética que não enfraquece nunca!.

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