Os
historiadores Ciro Flamarion Cardoso, Héctor Pérez Brignoli e Jacques Le Goff
produziram instigantes obras sobre os métodos evolutivos do estudo da História
e da formação da nova história. Os historiadores percorreram a evolução da
ciência histórica, dos fatos singulares e da estrutura histórica, saindo entre
os séculos XIX e XX da história erudita e intelectual para a história social,
pautada no estruturalismo antropológico e social, rompendo com a história
positivista, nada imparcial na definição de François Furet: “...como o
acontecimento –irrupção súdita do único e do novo na cadeia do tempo – não pode
ser comparado com nenhum antecedente, o único modo de integrá – lo à história
consiste em atribuir – lhe um sentido teleológico: se ele não tem um passado
terá um futuro. E como a História se desenvolveu, desde o século XIX, como um
modo de interiorização e conceitualização do sentimento do progresso, o “acontecimento”
indica, quase sempre, a etapa de um advento político ou filosófico: república,
liberdade, democracia, razão”.
Os
historiadores dos Annales Lucien Febvre e Marc Bloch transformaram a revista
como espaço de interação entre historiadores e cientistas sociais, com estudos
demográficos, sociais e econômicos, antes mesmo do desenvolvimento
antropológico de Claude – Lévi Strauss, com o marxismo usando a estrutura
social como objeto de estudo e parâmetro para o entendimento da antropologia –
história, sinconia – diacronia e estrutura – acontecimento. Segundo os
historiadores e autores, a história encontra – se em três expressões: “história
serial”, “história quantitativa” e a “new economic history”. A história serial
é devidamente exercida por historiadores preocupados em não cometer
anacronismos, as diferenças das sociedades em épocas distintas, respeitando a
heterogeneidade, os aspectos culturais e econômicos desde o século XIX.
A
história quantitativa surgiu nos EUA e desenvolveu – se com o historiador
francês Jean Marczewski com materiais estatísticos e equações para o
entendimento da evolução econômica. A new economic history é uma escola voltada
para a metodologia econômica, com hipóteses para explicações hipotético –
dedutivo com uma teoria econômica, tentando provar sua evolução através da
lógica e do empirismo. Não poderia deixar de fora a concepção evolucionista da
História sem o marxismo. Após a Revolução Bolchevique ( 1917 ), a escola de
pensamento marxista tinha como leitmotiv o materialismo histórico, com poucos
historiadores profissionais, tendo como um dos pioneiros Pokrovski, estudioso das
classes e dos seus movimentos, do Partido Comunista Soviético e da Revolução
Russa, porém a repressão e o dogmatismo estalinista implicou na limitação da
liberdade da pesquisa científica. Os historiadores franceses Jacques Le Goff e
Guy Bois refutam a extensão da esclerose científica, comprometendo a própria
historiografia marxista no Leste e Oeste da Europa, fruto dos discursos
estereotipados, manipulação escolástica e discursos superficiais dos conceitos.
Fora da Cortina de Ferro, o exercício da metafísica e estudos na linha marxista
foram possíveis com os renomados e ótimos teóricos do marxismo Antonio Gramsci ( FOTO ) e Georg Lukács, que estudavam as superestruturas e a consolidação da
historiografia marxista, compreendendo o processo evolutivo do socialismo. Estágios
de sucessão ou como Karl Marx definiu de “épocas progressivas”, porém as
características do desenvolvimento histórico: comunidade primitiva, escravismo,
feudalismo, capitalismo e socialismo caem por terra quando nos deparamos com o
estudo das sociedades antigas do Ocidente e Oriente. O Japão feudal não
conheceu o escravismo no estágio anterior ao feudal, e não seguindo este
esquema metódico – evolutivo de continuidade geográfica. O historiador que
costurou plenamente o marxismo com a história nova foi Michel Vovelle através
da história das mentalidades e a compreensão da sensibilidade coletiva no mundo
medieval.
BIBLIOGRAFIA
1 - CARDOSO, Ciro Flamarion, BRIGNOLI, Héctor Pérez. Os Métodos da História. Ed: Graal, Rio de Janeiro, págs 528, 2002;
2 - GOFF, Jacques Le. A História Nova. Ed: Martins Fontes, São Paulo, págs 427, 2005.
BIBLIOGRAFIA
1 - CARDOSO, Ciro Flamarion, BRIGNOLI, Héctor Pérez. Os Métodos da História. Ed: Graal, Rio de Janeiro, págs 528, 2002;
2 - GOFF, Jacques Le. A História Nova. Ed: Martins Fontes, São Paulo, págs 427, 2005.
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