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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

POR QUE LER OS CLÁSSICOS?


O escritor italiano Ítalo Calvino escreveu vários ensaios sobre os clássicos da literatura ( CALVINO, Ítalo – Por que ler os clássicos? Companhia das Letras – São Paulo – SP, 1993 ) iniciando as entranhas literárias com a seguinte definição: “Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: Estou relendo...e nuncaEstou lendo”. Esta definição, segundo o escritor, tem validade para os apaixonados pela literatura clássica e seus principais expoentes, com vasta experiência desses leitores com as obras de escritores como Flaubert, Balzac, Victor Hugo, Homero, Dante, entre outros.

Costurando com palavras, Calvino ilumina os clássicos com releituras e conceitos que o homem faz do mundo da seguinte forma: “Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira” ou “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”. A leitura de um clássico filtra na nossa mente o cotidiano, cultura, mentalidade, paralelos entre o arcaico e moderno no espírito humano. Calvino cita a obra “História Natural” do filósofo Plínio, O Velho, escrevendo o encontro entre o homem e a natureza, com pitadas aristotélicas e resgatado com propriedade pelos principais escritores da Idade Moderna. Calvino observa não só esta obra, mas todas as obras que passaram pelas suas mãos como maiêutica socrática para o seu espírito.

Ler um clássico é como compreender os conceitos históricos, antropológicos, sociais e geográficos com lirismo, dadaísmo, expressionismo e impressionismo, explorando as letras clássicas, com sensibilidade sui generis, impregnando a literatura do período barroco ao modernismo. O espírito crítico ganha forma, a literatura ganha corpo, pluralidade de idéias, respingando em escritores que leram clássicos e escreveram clássicos canônicos e poéticos. Os escritores atuais, dentre eles cito, Tariq Ali, Umberto Eco, Edward Said ou Eric Hobsbawn, seguem a mesma linha humanista, claro, de uma forma mais cosmopolita sobre o mundo, sobretudo, pela integração de escritores no mundo literário. Estes escritores já ocupam o "Panteão dos Escritores" por produzirem verdadeiros clássicos da literatura contemporânea.

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