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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Literatura e retórica para pensar!





No ano passado, terminei de ler um livro: “A ordem do discurso” – São Paulo, EDIÇÕES LOYOLA, 1996, de grande relevância na minha formação de professor, cidadão crítico e animal político, dando ênfase na importância e parcimônia nos discursos que são trabalhados fora e dentro do mundo acadêmico. Esta obra é a aula inaugural no Collége de France, pronunciada pelo filósofo e historiador Michel Foucault ( 1926 – 1984 ). Segundo o pensador francês, o discurso pode apresentar reflexos, como inclusão de seres ou exclusão, como a interdição de falas ou algo que foi escrito, causando um mal – estar ou não.

A retórica teve altos e baixos ao longo da história. Nasceu com os primeiros filósofos gregos, buscando a fala e posteriormente com a escrita, a consolidação de uma idéia que ainda encontrava – se no campo da metafísica, porém o objetivo máximo, é transformar um pensamento em algo concreto, sólido, sereno e estável. Segundo o escritor argentino Carlos Miguel, ninguém tem certeza se existiu ou não o poeta grego Homero ( o nome Homero, significa “mendigo cego”), ou seja, o modelador do espírito grego, no entanto, deixou um legado com as suas obras: “Ilíada” e Odisséia” devido a recitação dos poemas helênicos, feita pelo próprio Homero e pelos seus admiradores, valorizando a cultura grega.

Na Idade Média, a retórica era monopolizada pela cristandade, principalmente nos principais centros acadêmicos como de Paris, Salamanca, Oxford, Pisa e Gregoriana de Roma, com uma retórica teocrática e indivisível. A sociedade civil européia, excluída e amedrontada com fatos mitológicos sombrios, ignorância no campo do saber e impedidos de construir um espírito crítico, sentia os efeitos das mazelas sociais. O resgate da crítica construtiva, ganha consistência no Renascimento Italiano, tanto nas artes, como nas obras de Maquiavel, passando por Erasmo de Rotterdam, Miguel de Cervantes, entre outros.


Desde o século XIX, segundo o sociólogo polonês Zigmunt Bauman, a loucura tem uma ligação forte com o discurso e padrão de comportamento dos marginalizados e esquecidos, colocados em hospícios, verdadeiros depósitos de gente, no qual políticos e as elites, realizavam verdadeiras limpezas sociais. Talvez ninguém na história, tenha apresentado discursos tão inflamados como Hitler durante o nazi – fascismo, tentando levantar a auto – estima da sociedade germânica, com uma retórica hierárquica e hegeliana, enfim, consolidando a sua luta com idéias absolutas e limpeza étnica. “O poder, de que queremos nos apoderar”, não morreu com os regimes totalitários, eles estão impregnados em todos os segmentos da sociedade.




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