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domingo, 12 de setembro de 2010

MULHER NÃO É O SEXO FRÁGIL: UMA ABORDAGEM LITERÁRIA







Existem algumas velhas e tradicionais retóricas do sexo masculino, enaltecida é claro pelos machistas de plantão que dizem o seguinte: “mulher no volante, perigo constante”, “mulher é o sexo frágil” ou “mulher tem que pilotar um fogão”, um papo pra lá de retrógrado e evidentemente machista, entretanto, a historiografia moderna nos mostra o papel da mulher na nossa história.

No período da Revolução Agrícola, o homem caçava e pescava em terras férteis e a mulher apresentava um papel crucial. Plantar e colher alimentos durante o processo de desenvolvimento agrícola. A mulher na Idade Antiga foi execrada ou estereotipada. Execrada por muitas vezes não poder dar filhos para o marido, cultura de ter um varão ou por exercer a profissão mais antiga no mundo, por ser proibida de ocupar cargos públicos, independência feminina era algo sui generis neste período cronológico.

Segundo o historiador Georges Duby com a obra “Guilherme Marechal ou melhor cavaleiro do mundo”, as esposas dos Templários e cavaleiros britânicos eram amazonas que usavam armamento e combatiam “bárbaros” de diversos cantos da Europa. Na Baixa Idade Média, temos a figura de Joana Darc que foi e ainda continua sendo exaltada pelos franceses, tanto quanto Carlos Martel, Carlos Magno ou Napoleão Bonaparte.

Durante a Revolução Industrial Inglesa, várias mulheres grávidas pereceram, devido o excesso de trabalho, maus tratos da classe burguesa e muito bem analisada pelo marxista das culturas Edward Thompson com o clássico “Formação da Classe Operária Inglesa volumes I, II e III”, dando ênfase no papel da mulher nas fábricas no ápice da produção fabril no século XIX. No Brasil, eu exalto uma mulher que revolucionou o comportamento feminino, Chiquinha Gonzaga que tinha uma mentalidade progressista, com um bom senso, exaltada por muitos e discriminada por outros.

Ainda no século XIX, uma escrava de Barra Mansa denunciou o seu senhor por maus tratos na delegacia do município em 1842, um fato inédito, tendo inclusive a abertura do inquérito e investigação, porém a queda de braço entre a escrava e o senhor foi desleal e o processo foi arquivado em um mês, no entanto, a História mostra a resistência do sexo feminino, como forma de sobrevivência. Hoje as mulheres tem uma delegacia própria para denunciar seus agressores, tem espaço no mercado de trabalho, porém ganham menos que os homens, assédio sexual e moral ainda persiste com a cultura da mulher – objeto e esquecendo o seu lado intelectual, muitas mulheres já ocupam o seu espaço no mercado de trabalho em países islâmicos como na Turquia e Emirados Árabes Unidos. Eu na qualidade de escritor, bebo da alma feminina com obras literárias de Lya Luft, Clarice Lispector, Nélida Piñon, Zélia Gattai, buscando a mesma visão e alma de Gustave Flaubert ( Foto ). Sensiblidade de ver, enchergar os lírios que rodeiam uma flor, mas a fragilidade de qualquer homem é presente no meu espirito. Também sinto um pouco em minha alma, da Madame Bovary!

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