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domingo, 19 de setembro de 2010

A Literatura está em perigo?




O teórico da Literatura Tzvetan Todorov ( foto ) esmiúça a formação intelectual no meio escolar e acadêmico, analisando o estruturalismo e suas nuanças, dando ênfase na idéia de que não existe uma Literatura pura e construindo um novo viés na formação intelectual do homem com o pensamento literário.


Durante a minha formação educacional e intelectual na infância, eu estudei e entrei em contato com a Literatura Brasileira, seguindo o método tradicional de estudar e contextualizar a obra de uma forma “disciplinar” e institucional, somente como uma matéria escolar, aprendendo com periodização e deixando que este método tradicional ocupasse o verdadeiro valor da Literatura, ou seja, como um agente de conhecimento sobre o mundo, a vida e o meu eu, bem analisada pelo teórico da Literatura, historiador e ensaísta búlgaro Tzvetan Todorov, com uma crítica contundente ao estruturalismo literário.

Com uma tendência niilista, o historiador faz uma crítica ao conhecimento absoluto do pensamento literário e construindo um novo viés na formação intelectual do homem com a Literatura de uma forma plural e consistente. Para Todorov, a herança maior da Literatura é a estética da escrita e na formação erudita do homem com a pluralidade de obras e grandes escritores entre o Renascimento Literário e o Iluminismo no século XVIII.

Mesmo assim, temos raríssimas exceções de escritores que aprofundam o ser através da sensibilidade poética na escrita, como no caso de Shakespeare, que por sinal era um grande dramaturgo, dizia: “um grande dramaturgo tem uma visão profunda sobre a essência do amor” com muito frenesi.

A herança maior de Eurípides com o filósofo Sócrates não foram as doutrinas filosóficas e sim a compreensão do homem em si, buscando a compreensão universal do seu ser no universo físico e metafísico. A Literatura não é pura, tem suas variantes e ideologias, porém busca a verdade como o principal pilar na formação do homem, uma verdade kantiana, sem absolutismo e concretizando relatividades, mas com algo fundamental, um espírito crítico e fragmentando a “literatura mecânica”, como bem definiu Gustave Flaubert: “sempre me esforcei para atingir a alma das coisas”. Esta é a função do escritor com o seu leitor. Impregnar almas, repensando sobre formação dos nossos jovens desde a escola regular até a faculdade, reconstruindo a educação e formação literária dos leitores, eliminando paradigmas do passado com uma nova realidade, um novo mundo!

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