O que busca?

sábado, 23 de outubro de 2010

FILOSOFIA MEDIEVAL: RETÓRICA, ESTRUTURALISMO E PECADO


O século IV da era cristã foi fundamental para a Igreja, devido à consolidação da instituição, com o Concílio de Cartago, prontamente citada pelo historiador romano Cassiodoro com o Sacro Império Romano – Germânico e monopolizando desde então, o homem como ser, sem alimentar uma filosofia crítica, reflexiva, mas fortalecendo um estruturalismo indivisível e único, até o surgimento da Igreja Ortodoxa com o Cisma do Oriente ( Império Bizantino ). O conhecimento era extremamente restrito aos letrados, que ocupavam primeiramente os mosteiros, que traduziam obras filosóficas e a Bíblia, do grego clássico para o latim clássico.

Esta função pertencia aos membros do Baixo Clero, ou seja, franciscanos, monges beneditinos e padres que dominavam as letras, porém, nem todos sabiam ler e escrever e só dominavam o latim vulgar ou línguas românicas. Esta ultima é o tronco de línguas que conhecemos e falamos, dentre elas o português. Na esfera intelectual, os filósofos ou estudiosos da Filosofia, eram monitorados pela cristandade, impedindo o exercício da maiêutica socrática e qualquer fenomenologia fora dos conceitos cristãos e eram taxativamente definidos como ato pagão ou anticristão.

No ceio acadêmico consolidaram a escolástica de Tomás de Aquino ( foto ), formalizando o saber tradicionalista e metódico, que resistiu até os tempos atuais, além do Padre Abelardo, que seguiu o conceito nada relativista de que o mundo e os seres já estão definidos, prontos, como obras divinas, impedindo qualquer questionamento humano. Neste momento, a retórica cristã era o leitmotiv na cultura filosófica, permitindo somente a hermenêutica entre os colaboradores na preservação de clássicos filosóficos.

A sociedade européia ficava à mercê do medo, da cultura do medo e entre a dialética bem/mal; Deus/diabo; céu/inferno; ciência/religião, como matemáticos que eram marginalizados no Ocidente e respeitados nas principais universidades do Oriente Médio, como de Damasco, na Síria e de Bagdá, no Iraque, berço de um iluminismo literário e filosófico. O espírito crítico era confundido com heresia propositalmente, enraizando uma mentalidade arcaica, medonha, colocando qualquer tipo de prazer na esfera pecaminosa – absorvendo obras literárias não - cristãs e filosóficas, acreditando em um mundo imaginário e prazeroso, o riso ou a beleza feminina – que por sinal foram violentamente sufocadas pelo principal órgão jurídico da Igreja, a Santa Inquisição. A liberdade do ato de pensar, era por si só, a essência do mal que deveria ser combatido com a ação divina e com orações.






Nenhum comentário:

Postar um comentário