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segunda-feira, 23 de maio de 2011

OS INTELECTUAIS E O PARADOXO NO MODERNISMO



O Brasil pós – Monarquia Imperial e pós – escravidão desejava definitivamente de um divórcio com o passado colonial escravocrata e esboçar uma cultura moderna, voltada para o capitalismo burguês, urbano e centrado na ruptura com um passado que marcava contemporâneos e principais expoentes literários da República progressista: João do Rio, Lima Barreto e Olavo Bilac, estudados pela competente historiadora Magali Gouveia Engel, com um artigo intitulado “Modernidade, dominação e resistência: as relações entre capital e trabalho sob a ótica de João do Rio”. Este interessante e pertinente artigo nos leva nas mais profundas mazelas sociais no Rio antigo ( foto ), bem sinalizada pelos cronistas que extirpavam a utopia moderna implementada pela burguesia, com textos extremamente reais de uma sociedade marginalizada e resistente ao trabalho, fruto da cultura depreciativa que foi enraizada na escravidão
A sobrevivência desigual já presente, fruto da falta de mobilidade social, exigiu de muitos trabalhadores um trabalho árduo, insalubre e desumano, similares ao trabalho dos escravos de um passado ainda presente na mente de ex – escravos, no trato humano e na falta de oportunidades, alimentando a norma culta da língua portuguesa, crônicas com um apelo social de João do Rio e Lima Barreto, este último, apresentava uma certa simpatia com os movimentos marxistas – leninistas na Rússia dos czares. Mas a historiadora mostra uma outra vertente na Modernização, fruto do capitalismo, com a ótica de Olavo Bilac, um real defensor da modernização e civilização da antiga Capital Federal e do sistema econômico. As crônicas da nata intelectualizada e publicadas nos principais periódicos cariocas, foram fundamentais para mostrarmos como o antimodernismo estava presente na literatura e como os guardiões da literatura enfrentaram uma República totalmente paradoxal e em um processo de transição de ideias e mentalidades.

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