O que busca?

terça-feira, 17 de maio de 2011

A PLURALIDADE DE UMA TERRA EM FORMAÇÃO





Os séculos XVI e XVII são relatados por historiadores como o período de consolidação da economia portuguesa em terras brasileiras, tendo como tripé o latifúndio, o cativo oriundo das terras africanas e o leitmotiv para o funcionamento das Capitanias Hereditárias, ou seja, a cana – de – açúcar. Este objeto de interesse econômico dos sesmeiros, foi fundamental no processo de socialização, independente da hierarquização patriarcal, característica peculiar do Brasil Colônia e herança que persiste no tempo presente. O historiador Jorge Caldeira [ CALDEIRA, Jorge. A Nação Mercantilista, São Paulo-SP Ed 34, Págs 415, 2001 ] limita a temporalidade do tema, por apresentar uma abrangência significativa e rica em memória documental com este significativo exemplar. Caldeira cita a falta de mecanismos econômicos para o feedback entre Brasil e África para a compra de escravos, surgindo como única alternativa no funcionamento objeto-sujeito um dos derivados da cana. O aguardente produzido principalmente na Capitania de Pernambuco. O número de garrafas de cachaça seria trocado de acordo com a potencialidade e idade do cativo, que ficava de quarentena após uma longa e exaustiva viagem entre a África congo-angolana e o Brasil, divididos entre os portos de Salvador e Rio de Janeiro. Aliás, as primeiras vilas em formação e características urbanas são obras dos “homens bons”, portugueses que tinham funções administrativas nas câmaras municipais, dentre elas, levantar residências, escolas jesuíticas, praças, pavimentação de ruas e manter a ordem emanada pelo Governador – Geral. Os “homens bons” recebiam ordens expressas do El- Rei para impedir o avanço social de nativos, cativos e judeus, muitos deles, fugindo da Santa Inquisição Católica em países como Portugal e Holanda, buscando refúgio na cidade pernambucana de Recife e bem estudada pelo historiador Ronaldo Vainfas com uma recente obra publicada. O objetivo do pesquisador Jorge Caldeira era esmiuçar o estruturalismo mental e arcaico de uma terra em formação; a falsa ideia de um processo desenvolvimentista no setor agrário e limitações no meio social, estático e principalmente indivisível. Elementos fundamentais na cultura mercantilista e consolidação de um capitalismo primitivo. Caldeira escreveu um livro para os amantes da Idade Moderna, especialistas do período proposto e para leigos que buscam alimentar o saber histórico com uma linguagem simples e inteligente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário