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segunda-feira, 9 de maio de 2011

A AMÉRICA PORTUGUESA E SEUS PARADIGMAS




A história dos primórdios ou formação do Brasil tem uma abrangência de fatos históricos e elementos que fomentam o estruturalismo da cultura econômica e agrária do Brasil Colonial. O historiador Sérgio Buarque de Holanda [ HOLANDA, Sérgio Buarque de – História Geral da Civilização Brasileira. A Época Colonial: do descobrimento à expansão territorial, Difel: São Paulo – Rio de Janeiro, págs 380, 1976 ] percorre as veias absolutistas e administrativas do Estado português em formação, no advento da cultura feudal e consolidação do Estado moderno entre os séculos XIV e XV, com informações essenciais para compreendermos o modelo escravocrata, a implementação de sesmarias nos arquipélagos lusitanos e um regime de cativos africanos, inaugurando uma política expansionista, consolidada no Tratado de Tordesilhas ( 1494 ). Os resultados são bastante consistentes após as expedições de Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, polarizando a cultura européia em terras distantes e estabelecendo um novo sentido econômico, principalmente no Novo Mundo, primeiramente com o pau-brasil e posteriormente com a cana - de – açúcar. O complexo geológico do Brasil faz parte da compreensão sobre o encantamento dos europeus na América Portuguesa. O geógrafo Aziz Ab’saber mapeia uma terra rica em sedimentos rochosos, formações basálticas, uma pluralidade climática rica, com massas equatoriais atlânticas que interferem regiões com chuvas intensas no norte do país e esparsas e raras no sertão e semi-árido nordestino.
Um país com um solo variável desde as pradarias sulistas, passando pela zona da mata litorânea, favorecendo o primeiro elemento agrícola do Brasil: a cana – de – açúcar, item que vingou em terras de solo massapé. Cito também o historiador e antropólogo Florestan Fernandes, um estudioso das culturas de famílias nucleares indígenas, dentre elas a tupi, esclarecendo neste belo exemplar a organização social, hierarquias, funções fundamentais no estruturalismo das aldeias, objeto inclusive de estudo do renomado antropólogo Claude Lévi – Strauss e publicado no clássico “Tristes Trópicos”. Florestan, obviamente, foi um dos herdeiros na linha estrutural dos silvícolas. A escravidão dos nativos não foi um ato passivo e sim um clichê, citando atos de resistência e bravura de tribos ocupadas ao longo da costa brasileira. A expansão geográfica além da “muralha” natural ou Serra do Mar, foi objeto de pesquisa da historiadora Myriam Ellis, citando a discrepância na força política entre paulistas e portugueses. Os lusitanos, através da Câmara Municipal de São Paulo, fornecia sesmarias em terras mineiras e escoamento de escravos sudaneses da Bahia até Minas pelo Rio São Francisco, com um processo migratório que girou em torno de 30.000 pessoas em busca de ouro e prata, ocasionando a “Guerra dos Emboabas”. Este raro sebo, mexe com o nosso imaginário sobre o homem tupiniquim, ainda em formação entre os séculos XVI e XVIII.

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