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terça-feira, 26 de julho de 2011

TERRORISMO, FUNDAMENTALISMO E CULTURA NO SÉCULO XXI






No dia 22 de julho de 2011, a Noruega sofreu o seu pior ataque contra o povo norueguês, desde a II Guerra Mundial, abalando a sociedade e desmistificando a falsa ideia de segurança em um dos países que apresenta um baixo nível de violência e qualificado como um dos países com uma qualidade de vida, no mínimo, invejável tornando – se uma referência na UNESCO e organismos internacionais, entretanto, o terrorista norueguês Andrew Behring, nos mostrou que está vivo o fundamentalismo cristão, com raízes no neonazismo que toma conta em cerca de 20% das cadeiras nos parlamentos da Alemanha, Áustria, Itália, França e Holanda, com uma retórica voltada não mais para os judeus, e sim, para os muçulmanos e estrangeiros oriundos da África, Ásia e América Latina.
A carta deixada pelo terrorista é uma orientação ideológica da extrema – direita, com um arianismo sem qualquer base científica e cultural, uma antropologia deturpada, darwinismo social que ainda prevalece desde os tempos do neocolonialismo no século XIX. Fica bem claro este tipo de pseudo – análise, quando ele cita em uma de suas cartas sobre o processo de que a miscigenação contribui para a corrupção, disfunção social como no Brasil, segundo as observações do terrorista. Não há nenhuma prova razoável para afirmações dessa categoria e não existe comprovação científica e cultural que a miscigenação forme uma sociedade menos civilizada. A Itália virou um feudo particular de Silvio Berlusconi, numa Itália que esteve envolvida com Brigadas Vermelhas, os “carabinieri” , o poder judiciário, máfias e Igreja Católica lambuzada até o pescoço com corrupção e crimes que foram parcialmente resolvidos entre as décadas de 70 e 80 e a Inglaterra que está envolvida em um profundo escândalo, que por sinal não é o primeiro. Parafraseando e sem aforismos o historiador Raymundo Faoro, “os donos do poder” na mídia sensacionalista, polícia e políticos nos provam que corrupção, atitudes antiéticas não são "Made in Brazil". A formação de um povo determina uma riqueza cultural, exaltada por intelectuais como Lévi – Strauss, Peter Burke, Sérgio Buarque de Hollanda, Gilberto Freyre, entre outros e neste atual estágio socioeconômico, o Brasil já ocupa a sétima colocação na economia mundial, passando a Itália, um país que enfrenta especulações na crise do euro. Uma sociedade multicultural favorece a economia, flexibiliza a produção numa sociedade heterogênea, como no Brasil, Índia e China e apontados como as grandes potências do século XXI. A sociedade se modernizou, porém a mentalidade de cruzadas entre povos reforça a ideia de que o homem não conhece o homem devido as barreiras da xenofobia e intolerância numa esfera global.

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