O que busca?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PROSAS DE UM POETA VANGUARDISTA








A leveza espiritual era uma das marcas registradas do escritor e poeta tcheco Rainer Maria Rilke ( 1875 – 1926 ). Este artista de sensibilidade humana era um neoromântico vanguardista e um pensador lírico, estudado por mentes brilhantes como Pedro Süsseking e Manuel Bandeira, enaltecendo as prosas do poeta, que tinha um amplo domínio da língua alemã. Sua escrita refinada alimentava as almas mais agudas e sensitivas, buscando a transparência da sua alma e conceitos humanos que ficam perdidos dentro dos espíritos que estão entregues as angústias e dilemas do nosso cotidiano. Entre 1902 e 1908, o poeta escreveu com uma sutileza sui generis e finura como poucos, rabiscando linhas de uma forma subjetiva, dando ênfase nos rumos de uma forma poética:
O mundo estava no rosto da amada – e logo converteu – se em nada, em mundo fora de alcance, mundo – além.
Porque não o bebi quando o encontrei no rosto amado, um mundo à mão, ali, aroma em minha boca, eu só seu rei?
Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi. Mas eu também estava pleno de mundo, e bebendo, eu mesmo transbordei
.”
Rilke escreveu cartas para o amigo, intelectual e jovem Franz Xavier Kappus, com doses homeopáticas de ânimo e sabedoria, nos momentos de inquietações e sofrimento da sociedade buscando o bem com ele mesmo e ajudando o próximo, sem interesses mundanos, alimentando -se com uma auto – reflexão em um mundo tão cruel. O medo, o novo, são elementos que representam a doce loucura kafkiana, ou seja, uma verdadeira metamorfose para o amadurecimento do ser pleno de uma forma poética e inteligente. Em um mundo de incertezas, Rilke queria ser o arquipélago emocional, explorando as letras, palavras firmes para almas enfraquecidas em uma Europa dividida em modernização metalúrgica e um feudalismo peculiar numa Rússia, prestes a realizar uma Revolução, em um turbilhão de ideologias colocadas como verdadeiras bandeiras e com pitadas de extremismo. Esta breve citação, não passa de um grão de areia em uma vastidão de pensamentos líricos de um legitimo representante do pensamento moderno, em um mundo em transformação, deixando um legado pertinente e sábio. Rilke foi e ainda é moderno em todos os sentidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário