O que busca?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

1808: UM ANO HISTÓRICO




O início do século XIX pode ser considerado um momento – chave na decadência do Antigo Regime e um novo momento dos movimentos político e econômico, dentre eles, destaco a ascensão do Império Britânico, fruto da Revolução Industrial e do “novo” Carlos Magno do período dos oitocentos, Napoleão Bonaparte e objeto de estudo do historiador e precursor da obra Laurentino Gomes [ GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2007, págs 414 ]. Portugal era o Estado Absolutista mais pobre, com uma monarca enlouquecida. D Maria I não tinha mais condições ou faculdades mentais para governar um Estado à deriva e D. João VI não tinha competência para governar e conter o avanço napoleônico em terras ibéricas, optando estrategicamente, seguir para a sua possessão colonial.
Napoleão percebeu ao longo do tempo, que o Estado Português estava alinhado com a Coroa Britânica, exigindo das tropas francesas uma invasão peninsular, com o apoio da Espanha, porém o triunfo foi substituído pela precariedade, ausência de organização e soldados maltrapilhos ao adentrarem no território lusitano. Portugal era o Estado mais atrasado, com uma mentalidade conservadora, com ojeriza às ciências iluministas que tomavam conta da França pré – napoleônica e voltada para os filósofos Diderot e Voltaire. Após a descoberta dos franceses das relações joaninas com a Inglaterra, Napoleão decidiu invadir Portugal, colocando a família real na berlinda e obrigando – os à fugir para o Brasil.
Foi uma viagem extremamente perigosa e sem qualquer higiene nas naus, em que muitos dividiam o espaço das embarcações com ratos, baratas, pestes que se formavam, frio úmido nas águas do Hemisfério Norte e calor equatorial nas águas no Hemisfério Sul, formando condições desumanas nos cem dias de viagem entre Lisboa e o Brasil. O historiador Laurentino Gomes prioriza um dos capítulos ao arquivista Luiz Joaquim dos Santos Marrocos, que ficou por conta do imenso acervo da Real Biblioteca e trazido para o Brasil, construindo bibliotecas em Salvador e Rio de Janeiro. Nesta viagem, vieram cerca de 15.000 pessoas. Após a chegada da família real, o Brasil foi aos poucos se integrando, em torno de uma Monarquia e com o processo de descolonização do Brasil, primeiramente com a Abertura dos Portos às Nações Amigas e com a elevação do Brasil a Reino Unido Portugal e Algarves e uma nova e definitiva estrutura para a modernização administrativa do Brasil e com um valor histórico excepcional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário