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sexta-feira, 13 de abril de 2012

METAMORFOSES LITERÁRIAS



O teórico da Literatura Tzvetan Todorov esmiúça a formação intelectual no meio escolar e acadêmico, analisando o estruturalismo e suas nuanças, dando ênfase na idéia de que não existe uma literatura pura e construindo um novo viés na formação intelectual do homem com o pensamento literário.
Durante a minha formação educacional e intelectual na infância, eu estudei e entrei em contato com a Literatura Brasileira, seguindo o método tradicional de estudar e contextualizar a obra de uma forma “disciplinar” e institucional, somente como uma matéria escolar, aprendendo com periodização e deixando que este método tradicional ocupasse o verdadeiro valor da Literatura, ou seja, como um agente de conhecimento sobre o mundo, a vida e o meu eu, bem analisada pelo teórico da literatura, historiador e ensaísta búlgaro Tzvetan Todorov, com uma crítica contundente ao estruturalismo literário.
Com uma tendência niilista, o historiador faz uma crítica ao conhecimento absoluto do pensamento literário e construindo um novo viés na formação intelectual do homem com a Literatura de uma forma plural e consistente. Para Todorov, a herança maior da Literatura é a estética da escrita e na formação erudita do homem com uma riqueza de obras e grandes escritores entre o Renascimento Literário e o Iluminismo no século XVIII.
Mesmo assim, temos raríssimas exceções de escritores que aprofundam o ser através da sensibilidade poética na escrita, como no caso de Shakespeare, que por sinal, era um grande dramaturgo, dizia: “um grande dramaturgo tem uma visão profunda sobre a essência do amor” com muito frenesi.
A herança maior de Eurípides com o filósofo Sócrates não foram as doutrinas filosóficas e sim a compreensão do homem em si, buscando a compreensão universal do seu ser no universo físico e metafísico. A Literatura não é pura, tem suas variantes ideológicas, porém busca a verdade como o principal pilar na formação do homem, uma verdade kantiana, sem absolutismo e concretizando relatividades, mas com algo fundamental, um espírito crítico e fragmentando a “literatura mecânica”, como bem definiu Gustave Flaubert: “sempre me esforcei para atingir a alma das coisas”. Esta é a função do escritor com o seu leitor. Impregnar almas, repensando sobre formação dos nossos jovens desde a escola regular até a faculdade, reconstruindo a educação e formação literária dos leitores, eliminando paradigmas do passado com uma nova realidade, um novo mundo. A ideia e o objetivo do escritor é transgredir a vida cotidiana dos comuns para as letras e do leitor encontrar – se no teatro dos homens, divididos, segundo o escritor Mário Vargas Llosa, entre “os luminosos” e “os tenebrosos”, com uma ótica plena, inteligente dos romancistas, muitas das vezes, nem sequer percebida pelos cientistas sociais, dando oportunidade do leitor encontrar - se numa atmosfera contemporânea. A temeridade persiste com o surgimento da literatura oca, estranha, sem desdobramentos, enfim, informações abstratas que ficam no incompreensível e sem sentido. Não tem parnasianismo, mas não tem também um coloquial com sentido e consistência. A boa obra literária, choca, enfeitiça os leitores, assim como Victor Hugo ( FOTO ) com “Os Miseráveis”, considerado amoral e imoral ou “Madame Bovary” em tempos revoltos do século XIX. A Literatura tem a sua missão, e nós, escritores, somos missionários da palavra, ora divina, ora profana.

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