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sábado, 5 de maio de 2012

O BARROCO E AS VEROSIMILHANÇAS DE ECO.

“Ai! Com quem falo? Mísero! O que tento?

Confesso a minha dor

À praia adormecida,

À pedra silenciosa, ao surdo vento...

Não há quem me responda, só o

murmurar das ondas!”



Giovan Battista Marino, “ECO”, La Lira, XIX.



O escritor e bibliófilo Umberto Eco escreveu um dos livros mais fascinantes da literatura contemporânea [ ECO, Umberto- A Ilha do Dia Anterior, Ed. Record, Rio de Janeiro -RJ, págs 492, 1995 ] com uma dimensão textual rica em verosimilhanças, com um mosaico literário expressivo, mantendo as estruturas do arcaísmo ortográfico, fruto da transição linguagem antiga para a linguagem moderna, essência das línguas vernáculas, costurando o regionalismo, neologismos e léxicos da cultura literária barroca, histórica e ficcional, típico da Idade Moderna em formação, presença em toda a obra do dualismo arcaico/moderno, Idade Média/ Idade Moderna e Deus/ homem. A obra do escritor italiano tem forte influência e conotação neoplatônica e aristotélica, marca peculiar em suas obras, citando a “mentalidade” do homem em transição, descobrindo o mundo através do empirismo e situações idiossincráticas nas navegações, empurrando o europeu para fora do eurocentrismo, navegações para o mundo devido os ventos alísios, levando – os para mares e terras inexploradas. A essência da obra para o escritor, sem sombra de dúvida, é decompor mitologias que tornaram – se empecilho para entendermos o compromisso do homem com o mundo e sua espécie e compor as ciências em todas as esferas. Um livro que resgata a linha clássica da literatura barroca, uma opus aberta e inteligente. Característica ímpar de um dos melhores escritores do nosso tempo e com uma obra que pode ser definida como uma ilha de conhecimento.










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