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sexta-feira, 22 de junho de 2012

DA EUFORIA À DECEPÇÃO. O RIO + 20 E A SUA ANTÍTESE.

Como professor de Geografia, analiso o rascunho zero como elemento teatral, sem reverbere na cabeça dos lideres mundiais, totalmente descompromissados com o evento em si. Poucos perceberam que ocorreu um encontro paralelo entre chefes de Estado, consolidando acordos bilaterais, voltado para as relações internacionais, claro, buscando o desenvolvimento sustentável e redução de impactos ambientais, sobretudo, com o apoio dos países ricos, que não compreendem que redução do carbono na atmosfera não implica em um possível impacto na produção econômica ou que venha comprometer o capitalismo.
O sistema capitalista agravou e muito o aquecimento global, mas o aquecimento não é fruto da produção. A história do planeta mostra que ocorreram aquecimentos em períodos pré – industriais, fenômenos climáticos como o El Niño no Pacífico, alterando a produção agrícola de milho e batata dos Incas, no século XI d.C. Este fenômeno comprometeu inclusive o aspecto demográfico devido a oferenda do Imperador ao deus Sol com crianças que apresentavam uma facha etária dos 8 à 12 anos. Da década de 70 à 90 do século passado, a emissão de carbono foi infinitamente superior a produção do século XIX e toda a metade do século XX. Como bem definiu o filósofo Bruno Latour, “jamais fomos modernos”, com dialéticas, antíteses, paradoxos entre o discurso e a realidade no século passado e neste século com uma política internacional voltada para o arcaísmo do planeta e modernização esgotada. Os presidentes e secretários parecem com aquele cidadão que visita um museu com obras abstratas. Acha tudo muito bonito, mas não consegue fazer uma leitura da obra e compreender o objetivo do autor com a obra impressionista. Se a leitura não for feita corretamente e não houver mudanças, corremos o risco de encontrarmos no futuro, um quadro negro, obscuro, concreto, claro e nada abstrato sem verde, sem crescimento, sem inclusão e sem proteção. 

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