No tempo em que eu permaneci na Biblioteca
Nacional (RJ) pude ver que existem leitores assíduos, pessoas quase íntimas dos
bibliotecários, lendo obras de diferentes temas, como Literatura, Semiótica,
História Cultural, História Política e temas voltados para a Antropologia e
Sociologia. Percorrendo sebos, bibliotecas e livrarias, eis que me deparo com a
obra [ DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette – São Paulo, Companhia das
Letras, 1990, págs 330 ] escrita pelo historiador norte – americano Robert
Darnton, que percorre a intensa atividade intelectual dos franceses nos séculos
XVIII e XIX, citando referências como a obra clássica “O Contrato Social” de
Rousseau, considerada uma bíblia intelectual do seu tempo e de forte impacto
entre os letrados da França e Suíça. Esta obra, a Bíblia Sagrada entre outras
produções foram produzidas na importante “Societé Typographique de Neuchâtel” (
Suíça ), favorecendo livreiros e deixando mais enxutas as bibliotecas entre a
França e a Alemanha.
Neste
momento, é criado um circuito literário e colaborativo de Rousseau, Voltaire e
posteriormente, com o escritor alemão Goethe ( FOTO ), com o aumento de bibliotecas,
produções literárias, pluralidade de temas e democratização do saber, surgindo
devoradores de obras, não só no sentido figurado, mas literal, como no caso de
uma senhora inglesa, que engoliu folhas de uma obra como remédio para a alma. O
século XVIII foi o século da “Revolução da Leitura”. Na visão do historiador do
livro Rolf Engelsing que entre a Idade Média e o ano de 1750, as pessoas liam a
Bíblia, algum almanaque e alguns livros com o tema religioso “intensivamente”.
Bem diferente no século XIX com produção de periódicos, favorecendo uma leitura
“extensiva”, produção cultural dinâmica e consolidando a cultura literária e de
leitura para os apaixonados pela leitura e sua história. A ideia foi implementada, agradando os letrados, leitores e difundida como ideia em todo o mundo.
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