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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A CONSTRUÇÃO DO SABER DE APOLO À NIETZSCHE: DA PLENITUDE GEOGRÁFICA AO LIRISMO HOMÉRICO


 Uma das civilizações mais expressivas do mundo antigo foi estudada pelo historiador  Arnold Toynbee, obtendo uma projeção, fruto da formação do helenismo que aconteceu diante da derrocada da civilização minóica – micênica, edificada às margens do Egeu, berço cultural e intelectual desde o século XX a.C e consolidada com a civilização otomana no século XV da era cristã, pluralizando um mapa linguístico, indo do alfabeto cirílico que fomentou a produção literária do poeta e escritor Homero com aculturação natural, ou não, de povos da Ásia Menor, passando pelo Dardanelos e levando sua língua dórica e costumes, que incorporaram à cultura grega, implementando as pólis, ou, cidades – Estados com autonomia política. “A cidade – Estado surgiu para tornar possível a vida”, como frisou o filósofo Aristóteles, mas tudo tem o seu preço, pago bem alto pelos espartanos menos afortunados, seguindo a hierarquia imposta, se preciso, a força como esclareceu o filósofo Heráclito, no século Va.C., “A guerra – segundo sua opinião – é a mãe de todas as coisas”, usando no sentido literal e metafórico, o que a Grécia construiu por séculos, do Magma Grécia, passando pelo Helesponto ao Bósforo.
Temos a plenitude geográfica e intelectual, como heranças virtuosas dos helênicos de uma maneira impactante, extraordinária e única; com a idade lírica registrada pelo historiador francês Claude Mossé, com as redações de poemas homéricos na escrita fenícia ou através da história oral, sem qualquer segurança de informações, dificuldade encontrada por historiadores como Heródoto ou Tucídites que viveram no século Va.C, quanto para Plutarco ou Cassiodoro para a compreensão das mentalidades, os aspectos sociais e culturais da Antiguidade, tendo a possibilidade de atenuar as interrogações presentes entre os estudiosos com a arqueologia. A arqueologia do saber, por exemplo, foi hermeticamente construída com os filósofos. Platão foi um detentor do exercício da metafísica, bem citado pelo filósofo contemporâneo e alemão Friedrich Nietzsche, que a filosofia – literatura era apolínea, o deus do Sol  Apolo ( FOTO )  na mitologia heleno – latina era visto como força racional, respondendo e buscando as respostas de uma forma inteligível e socrática, exercitando a dialética entre o pensamento de contrastes entre Sócrates e Zenão, com a teoria das ideias e o empirismo. Para o filósofo Zenão. As coisas seriam ao mesmo tempo semelhantes e dessemelhantes, ou seja, totalmente sem fundamento. Logo, Sócrates compreende as ideias múltiplas de Zenão, mas com uma abordagem mais sensível, concreta ou abstrata, desde que fosse compreendida. O objetivo máximo dos filósofos da antiguidade era a busca da razão nos discursos, no prazer ou nos próprios fenômenos elementares físicos, com uma narrativa voltada para alguns cenários, as Grandes Panatenéias, que eram festas em Atenas com honras para a deusa Athena, com os atores principais do universo filosófico grego como Parmênides, Zenão, Platão e Sócrates. A grande contribuição filosófica de Parmênides foi a busca da “verdade persuasiva” em poemas, explorando o seu lado empírico, reflexões o “ser” como elemento humano flexível e não a unidade absoluta e defendida pelo filósofo Hegel do “ser” absoluto. Zenão, figura central dos paradoxos, das dualidades inércia/ movimento, espírito/carne, céu/terra, que tomaram o universo do neoplatonismo medieval com hipóteses, que corroboram até os tempos atuais, saindo dessa metáfora cavernosa de Platão para o encontro direto com o deus Apolo do filósofo Nietzsche. 

BIBLIOGRAFIA:

1 - Platão- Parmênides, Ed: Loyola, São Paulo, págs 143, 2003;

2 - TOYNBEE, Arnold J. Helenismo: história de uma civilização. Ed. Zahar, Rio de Janeiro, págs 232, 1975;

3 - MOSSÉ, Claude. A Grécia Arcaica de Homero à Ésquilo. Ed: 70, Lisboa, Portugal, págs 228, 1984.

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