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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A PAZ ARMADA


Depois de um bom tempo eu decidi escrever sobre a velha crise entre a Palestina e Israel, levando em consideração os novos atores da crise e os possíveis resultados. Com este tema, não poderia deixar de citar o intelectual palestino Edward Said. O falecido escritor Said foi professor da Universidade de Nova York, com uma metodologia educacional e uma filosofia transparente para uma melhor compreensão sobre a questão Palestina e o Islã. Ele dizia: “Para a direita, o Islã representa o barbarismo. Para a esquerda, teocracia medieval. Para o centro, um tipo de exotismo de mau gosto. Há no entanto, uma opinião comum a todos, unânime, que mesmo, o pouco que se sabe sobre o mundo islâmico, não há muito que possa ser aprovado lá”. O escritor desejava o reconhecimento imediato da criação do Estado da Palestina, porém ele tinha certeza que este projeto não seria realizado, devido o enfraquecimento da ONU , a instabilidade entre grupos étnicos no Oriente Médio e o eterno confronto entre sionistas e muçulmanos com autodeterminações religiosa e geográfica. Como renomado escritor engajado, Edward Said sofreu perseguição do governo norte – americano e por grupos ortodoxos judaicos. Se ele foi perseguido, imagina um cidadão comum da Palestina?  Os acordos anteriores, como os que foram realizados na gestão presidencial de Bill Clinton, entre o trabalhista moderado Ehud Barak e Yasser Arafat para a devolução de terras para os palestinos em Gaza e Cisjordânia, em 1999 não surtiram o efeito esperado.
Os assentamentos fizeram parte de um acordo diplomático frágil e sem futuro, comprovado com as Intifadas ou “guerra das pedras” entre palestinos simpatizantes do grupo extremista Hamas. A geografia complexa da Palestina dificulta ainda mais o entendimento entre o Hamas e o Fatah, da Cisjordânia, da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. O Hamas tem o apoio incondicional do Irã e do extremista libanês Hezbollah que é acusado de envolver – se em um conflito étnico no próprio Líbano por defender a Síria, em um confronto entre cristãos e muçulmanos pró – Bashar Al – Assad e controlar prefeituras no Norte do Líbano, fazendo fronteira com Israel.
Benjamim Netanyahu tem seguido a mesma linha dura de Ariel Sharon, característica peculiar do Partido Likkud, varrendo radicais em Gaza, mas levando também civis e impedindo assim um avanço de Abbas na ONU  e enfraquecendo a Palestina como um estado em observação, e na minha humilde opinião, um possível apoio da Liga Árabe e do principal apoio histórico do Ocidente, a França do socialista François Hollande, poderá gerar intensas batalhas das pedras na Palestina  . O objetivo de Israel é enfraquecer a possibilidade da Palestina de criar um Estado, desviando o foco da retórica de Abbas na ONU, com uma política reducionista, reacionária, comprometendo ainda mais a diplomacia na região, fruto dos últimos acontecimentos entre Síria e Turquia, Estado membro da OTAN e de importância geoestratégica por ser um país euro – asiático e seu espaço aéreo invadido, gerando um mal – estar na região e o Irã com o regime dos Aiatolás, desde a Revolução Iraniana ( 1979 ). A geopolítica da paz está longe de ser resolvida e que a paz armada nunca foi o caminho. A História mostra isso na fragilidade entre as duas Grandes Guerras e com os sentimentos que vieram a tona, fruto do ódio e ressentimento.. 

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