Uma
das civilizações mais expressivas do mundo antigo foi estudada pelo historiador Arnold Toynbee, obtendo uma projeção, fruto da
formação do helenismo que aconteceu diante da derrocada da civilização minóica –
micênica, edificada às margens do Egeu, berço cultural e intelectual desde o
século XX a.C e consolidada com a civilização otomana no século XV da era
cristã, pluralizando um mapa linguístico, indo do alfabeto cirílico que
fomentou a produção literária do poeta e escritor Homero com aculturação
natural, ou não, de povos da Ásia Menor, passando pelo Dardanelos e levando sua
língua dórica e costumes, que incorporaram à cultura grega, implementando as pólis,
ou, cidades – Estados com autonomia política. “A cidade – Estado surgiu para
tornar possível a vida”, como frisou o filósofo Aristóteles, mas tudo tem o seu
preço, pago bem alto pelos espartanos menos afortunados, seguindo a hierarquia
imposta, se preciso, a força como esclareceu o filósofo Heráclito, no século
Va.C., “A guerra – segundo sua opinião – é a mãe de todas as coisas”, usando no
sentido literal e metafórico, o que a Grécia construiu por séculos, do Magma
Grécia, passando pelo Helesponto ao Bósforo.
Temos
a plenitude geográfica e intelectual, como heranças virtuosas dos helênicos de
uma maneira impactante, extraordinária e única; com a idade lírica registrada
pelo historiador francês Claude Mossé, com as redações de poemas homéricos na
escrita fenícia ou através da história oral, sem qualquer segurança de
informações, dificuldade encontrada por historiadores como Heródoto ou Tucídites
que viveram no século Va.C, quanto para Plutarco ou Cassiodoro para a
compreensão das mentalidades, os aspectos sociais e culturais da Antiguidade,
tendo a possibilidade de atenuar as interrogações presentes entre os estudiosos
com a arqueologia. A arqueologia do saber, por exemplo, foi hermeticamente
construída com os filósofos. Platão foi um detentor do exercício da metafísica,
bem citado pelo filósofo contemporâneo e alemão Friedrich Nietzsche, que a filosofia
– literatura era apolínea, o deus do Sol Apolo ( FOTO ) na mitologia heleno – latina era visto como força racional,
respondendo e buscando as respostas de uma forma inteligível e socrática,
exercitando a dialética entre o pensamento de contrastes entre Sócrates e
Zenão, com a teoria das ideias e o empirismo. Para o filósofo Zenão. As coisas
seriam ao mesmo tempo semelhantes e dessemelhantes, ou seja, totalmente sem
fundamento. Logo, Sócrates compreende as ideias múltiplas de Zenão, mas com uma
abordagem mais sensível, concreta ou abstrata, desde que fosse compreendida. O
objetivo máximo dos filósofos da antiguidade era a busca da razão nos
discursos, no prazer ou nos próprios fenômenos elementares físicos, com uma
narrativa voltada para alguns cenários, as Grandes Panatenéias, que eram festas
em Atenas com honras para a deusa Athena, com os atores principais do universo
filosófico grego como Parmênides, Zenão, Platão e Sócrates. A grande
contribuição filosófica de Parmênides foi a busca da “verdade persuasiva” em
poemas, explorando o seu lado empírico, reflexões o “ser” como elemento humano
flexível e não a unidade absoluta e defendida pelo filósofo Hegel do “ser”
absoluto. Zenão, figura central dos paradoxos, das dualidades inércia/
movimento, espírito/carne, céu/terra, que tomaram o universo do neoplatonismo
medieval com hipóteses, que corroboram até os tempos atuais, saindo dessa
metáfora cavernosa de Platão para o encontro direto com o deus Apolo do
filósofo Nietzsche.
BIBLIOGRAFIA:
1 - Platão- Parmênides, Ed: Loyola, São Paulo, págs 143, 2003;
2 - TOYNBEE, Arnold J. Helenismo: história de uma civilização. Ed. Zahar, Rio de Janeiro, págs 232, 1975;
3 - MOSSÉ, Claude. A Grécia Arcaica de Homero à Ésquilo. Ed: 70, Lisboa, Portugal, págs 228, 1984.