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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

GARRAFAS AO MAR...






O escritor colombiano Gabriel García Márquez é considerado um dos maiores pensadores da literatura contemporânea, por filtrar as razões e loucuras, que dominam o intelecto humano. A obra que citarei é um conjunto de textos que percorre a vida e as observações do prêmio Nobel de Literatura e um fervoroso apreciador e defensor da cultura latino – americana [ MARQUEZ, Gabriel Garcia - Eu não vim fazer um dircurso, Ed. Record - Rio de Janeiro, págs 127, 2011 ]. García Márquez faz críticas contundentes ao pensamento eurocêntrico e bem esmiuçada pelo escritor italiano Giovanni Papini: “A América Latina é feita de sobras da Europa”.
A identidade de Simon Bolívar vai além da esfera geográfica, alimentando almas para sairmos de um gênero humano pequeno para engrandecermos e desfigurar estereótipos que ainda persiste na mente humana fora da América Latina, desejando o fim da interferência em todas as esferas. Como bem definiu Bolívar: “ Deixem – nos fazer tranquilo a nossa própria Idade Média”, uma crítica contundente por interferirem o curso natural do homem americano. O escritor da clássica obra “Cem anos de solidão” vai nas linhas da alma dos que se sentem sós na sua Colômbia , terra arrasada pela miséria, fruto do narcotráfico, o hiato social entre a burguesia elitista que alimenta as cegas o tráfico no país.
Nesta esplendorosa obra, o escritor valoriza os ofícios de escritor e jornalista, essenciais para a formação de almas, busca constante de auto - análise e da produção de ideias para serem comungadas por todos, sem distinção social e valorização do outro com textos jornalísticos em jornais sérios. Segundo o autor do livro, a Literatura é uma maneira sui generis para fragmentarmos regimes que implicam atraso na formação do homem, e vemos com propriedade essas condições na retalhada América Latina, manchada de sangue e profundamente sentida com as mães na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, que não se cansam de chorar pelos filhos que não poderão jamais enterrar. Como em um tabuleiro de peças soltas o sociólogo Zigmunt Bauman busca e monta explicações muito interessantes em um mundo moderno e pós - moderno, mas nós ainda tentamos encontrar uma identidade renascentista na América Latina, algo só comparável com a retalhação na África negra. Este belíssimo volume mostra para o mundo, que a América Latina pode e deve ser pensada pelos nossos escritores. Escritores latino - americanos, mesmo que tenhamos que jogar garrafas ao mar para que todos entendam, que nós pensamos.

2 comentários:

  1. Cada vez que venho aqui leio e releio cada canto deste blog e passo horas a olhar e a me imaginar em tuas fraseologias e pensamentos....Os quais sempre me traz atona ideias e pensamentos que vao e que vai que só param aqui....Atenciosamente uander do blog...http://wwww.uanderesuascronicas.blogspot.com

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